Esta semana tem sido muito interessante. Estar em um lugar em que nunca pensei ou desejei estar tem me proporcionado uma experiência diferente. Estou surpreso com o local e com a hospitalidade do povo. Porém, o que mais tem chamado minha atenção têm sido os relatórios e os projetos missionários na região. Como foi bom ouvir o testemunho de um missionário que caminha quatro dias a pé para pregar o evangelho para uma distante comunidade indígena. Eles têm feito muito e querem fazer muito mais. Como em qualquer lugar, as necessidades e as possibilidades aqui são enormes. Isso me fez lembrar do que Jesus disse certa vez aos discípulos. A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos (Mt 9.37). O que me entristece é ver muitos crentes sem nenhum envolvimento com a obra missionária mesmo tendo a consciência da sua necessidade. De fato, a seara realmente é grande!
Diante da grandeza da seara, o que fazer? Buscar ser igual Jesus parece-me ser a resposta. Se quisermos causar algum impacto no mundo sem Cristo é necessário sermos iguais a Ele. O que ele viu, sentiu, falou e fez deve servir como referencial ao nosso serviço. Como Jesus relacionou com a sua obra e devemos imitá-lo? Primeiro, devemos ver a realidade do mundo como Jesus (Mt 9.36). Jesus viu uma multidão de perdidos. A cada lugar que Jesus ia, uma grande multidão o seguia. Ele os via não como um obstáculo, mas como uma oportunidade para testemunhar e ministrar. Jesus viu suas necessidades espirituais. Ele os viu como “ovelhas desgarradas”. Ele sabia que eles estavam sem Deus e sem esperança neste mundo ou na eternidade.
Também, devemos sentir a condição do mundo como Jesus (Mt 9.36). Ele sentiu compaixão dos perdidos, “compadeceu-se delas”. Isso significa literalmente que ele ficou enjoado. Jesus ficou como que consternado, responsabilizado e com coração partido em relação sua cidade e seu povo perdido. Oh, como precisamos desesperadamente de pessoas que choram pelos vizinhos, amigos e familiares perdidos. Pessoas que choram por suas comunidades e cidades.
Nessa busca de identificação com Jesus devemos agir em favor do mundo como Jesus (Mt 9.37-39). Ele agiu orando e fazendo algo em favor das pessoas, apesar do grande desafio da seara. Muitos tendem a dizer que o problema está na seara. Eles crêem que as pessoas são resistentes ao evangelho e indiferentes. Porém, o oposto também é verdade. Há pessoas com fome do evangelho e responderão favoravelmente se ele for apresentado a elas no poder do Espírito. O problema não está na seara, mas com os trabalhadores que são poucos. Jesus não diz isso para queixar sobre a carência de trabalhadores ou repreender o povo por não estarem sendo fiéis. Ele ordenou que orássemos por eles com a mesma intensidade que oramos por membros da igreja e pelos perdidos. Precisamos orar por ganhadores de alma e testemunhas fiéis que lancem mão da foice e ceife a seara.
Logo em seguida Jesus enviou os doze em uma missão. “A estes doze enviou Jesus” (Mt 10.5). Parece que Jesus respondeu as orações dos próprios discípulos. Assim, aqueles que Jesus mandou orar se tornaram trabalhadores. Por isso, ao orarmos por trabalhadores, devemos estar preparados para responder como Isaías: “Eis me aqui. Envia-me a mim” (Is 6.8).
Pr. Humberto Medeiros